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Feiradossentidos - Blog Posts

2 weeks ago

Matteo já tinha certeza de duas coisas — primeiro, definitivamente não queria estar ali. Segundo, definitivamente não ia conseguir sair agora. Matteo não lembrava de ter aceitado participar da brincadeira, mas lá estava ele. Sentado, fone de ouvido nos ombros, tentando entender em que momento deixou de controlar o próprio caminho naquela noite. Provavelmente no instante exato em que os olhos dele cruzaram os dela — e Scarlet, com o típico jeito dela, simplesmente não se importava se ele queria estar ali ou não. Com a falta de som ao seu redor, o mundo inteiro parecia suspenso. Scarlet estava à sua frente, e Matteo se forçou a respirar mais fundo do que precisava. A decoração da sala parecia mais quente do que o normal, com as luzes em tons de vermelho e dourado transformando o ambiente num lugar claustrofóbico demais para alguém que andava evitando até os próprios espelhos.

Ela articulou algo com os lábios. Devagar. Clara. Precisa. Matteo deveria estar prestando atenção. Mas tudo nele se fixou na forma como ela movia a boca — no contorno perfeito, no leve brilho do batom que parecia recém-retocado, na forma como ela dizia cada palavra como se fosse uma sentença. Matteo sentiu o ar preso no peito. Um calor estranho subiu pelo pescoço, e não era só pela iluminação ou pela proximidade. Era a forma como ela dizia aquilo. A forma como os olhos dela não recuavam.

Ele piscou, tentando retomar o controle. Tentando se lembrar de que era só um jogo idiota com frases aleatórias. Mas não soava aleatório. Tirou um lado do fone com a ponta dos dedos. A voz saiu mais baixa do que esperava, “que tal tentar algo mais inofensivo? Uma palavra?” Porque ele estava confuso se estava entendendo aquilo como uma palavra ou uma provocação. Colocou o fone de volta antes que ela pudesse responder, como se precisasse se proteger da resposta. Mas o estrago já estava feito. Ele ainda sentia o calor dos próprios pensamentos queimando sob a pele.

Matteo Já Tinha Certeza De Duas Coisas — Primeiro, Definitivamente Não Queria Estar Ali. Segundo,

@khdpontos

Mais uma dinâmica na qual não queria participar mas se sentia ao menos na obrigação de tentar. Não era a pessoa mais divertida, nem a mais animada para esses jogos, ainda mais com toda aquela decoração romântica a sua volta que quase parecia a sufocar.

Mas antes que cogitasse sair dali, avistou a imagem familiar e se aproximou, sem rodeios e sem demora, o empurrando na direção onde pudessem jogar. Matteo parecia um pouco perdido, sem nem entender o que estava acontecendo, muito menos o motivo dos olhares os encarando. Scarlet, por sua vez, não dava a mínima para as pessoas ao redor, apenas queria entender onde aquela dinâmica os levaria.

Toma. - Entregou-o o fone, deixando claro como que se iniciaria a brincadeira. Ambos ficariam sentados um na frente do outro, precisando interpretar exatamente o que o outro dissera. - Calma, duas palavras! - Tentou deixar claro que era algo duplo, e ao menos isso ele entendera... Respirou fundo, negando com a cabeça e pensando em só dizer o que precisava. Já havia recebido uma orientação, falar de coisas marcantes de si, do outro, alguma qualidade, mesmo que não se lembrasse muito das de Matteo. - Lábios vermelhos. - Não podia fazer mímica, não podia mostrar, então ele teria que realmente prestar atenção e se concentrar. - Lábios vermelhos. - Repetiu mais uma vez, pausadamente, com o máximo de calma que conseguia.

Mais Uma Dinâmica Na Qual Não Queria Participar Mas Se Sentia Ao Menos Na Obrigação De Tentar. Não

@khdpontos


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2 weeks ago
Inside The Wardrobe: Fieri Dei Sensi.
Inside The Wardrobe: Fieri Dei Sensi.
Inside The Wardrobe: Fieri Dei Sensi.
Inside The Wardrobe: Fieri Dei Sensi.
Inside The Wardrobe: Fieri Dei Sensi.
Inside The Wardrobe: Fieri Dei Sensi.
Inside The Wardrobe: Fieri Dei Sensi.
Inside The Wardrobe: Fieri Dei Sensi.
Inside The Wardrobe: Fieri Dei Sensi.

inside the wardrobe: fieri dei sensi.

Clean shirt, new shoes And I don't know where I am goin' to

@khdpontos


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3 weeks ago

Matteo soltou uma risada sem graça, nasalada, "até parece." Matteo quase apontou que quem tinha aparecido na academia foi ele — território que era seu de costume. Ali... Como ele saberia que era Aleksander que estava naquela atividade? Era obviamente uma pegadinha de mal gosto. Ou alguém que acreditava demais naquela coisa de maldição e havia enlouquecido. Seria a maior ironia do destino Aleksander e ele serem almas gêmeas. Não, Matteo se corrigiu, não havia como serem. Era resoluto! Ele não era o James, afinal. "Claro, claro, deixe eu salvar o seu tempo — eu sou um brutamontes sem cérebro, que se veste igual a um mendigo e devia aprender a penter meu cabelo," falou e fez uma pausa antes de continuar, como se analisasse se a sua resposta estava correta, "ou algo nesse sentido."

Não poderiam ser mais diferentes. Matteo teria ficado mais que satisfeito em apenas sentar ali e esperar o tempo passar. Normalmente, preferia o silêncio confortável de estar com alguém que gostava, mas não se importava com o silêncio desconfortável. Na maioria das vezes era tudo o que ganhava de qualquer forma. A sugestão de Aleksander, cortando o silêncio, foi inesperada. Ele levantou o rosto, confusão escrita em suas feições e as sobrancelhas franzidas tão juntas "O que você sugere, Aleksander?" A falta de sarcasmo na voz do outro fez com que Matteo hesitasse em uma resposta implicante. Ele sempre considerou Aleksander um mauricinho que nunca teve um problema na vida, então nunca soube ouvir 'não'. O estopim claro foi quando ele ouviu um 'não' de Olivia, então ele culpou a única pessoa que não era do seu círculo, e assim Matteo se transformou no bode expiatório. Não que eles nunca tiveram problemas antes — Matteo nunca teve muitos amigos de qualquer forma. Porém, se Aleksander não estivesse agindo como habitual — agressivo e sarcástico —, como ele poderia dar uma resposta ríspida e dizer que era apenas uma reação as atitudes do outro? Matteo sempre achou que seria mais fácil se eles simplesmente se evitassem, agora ele preferia que Aleksander voltasse a chamá-lo de burro. Era muito mais fácil ter um motivo para achá-lo irritante do que observar a luminosidade parca das velas distribuídas pelo quarto refletir na pele do outro, como se dançassem. Balançou a cabeça, tentando dissipar aqueles pensamentos estranhos demais para sequer aparecerem.

Não conseguiu sustentar o olhar por muito tempo. Era confuso demais. Olhar para Aleksander trazia a tona questionamentos que ele havia preferido ignorar até então. Tinha racionalizado que nada teria acontecido se eles soubessem quem eram naquela noite. Não havia nenhuma chance que ele e Aleksander pudessem sequer se interessar um pelo outro fisicamente — o estilo do playboy era tão engomadinho e esnobe que Matteo... ele o quê? Não podia conceber que poderia gostar daquele estilo? Até a festa ele também não tinha certeza que tinha interesse no mesmo gênero. Qualquer um menos ele. Foi a única coisa que conseguia pensar depois. Não tinha problemas em admitir a nova sexualidade (ou a sexualidade que sempre teve e só não explorou), mas recusava a aceitar qualquer interesse em Aleksander. E, ainda assim, estava ali sentado pensando no beijo entre eles, nas mãos passeando pelo outro ('prefiro descobrir com as mãos', lembrava da maldita frase também), e na maldita sensação de formigamento em suas mãos naquele momento como se quisesse tocar novamente. Ele fechou as mãos em punhos, cravando as unhas nas palmas para que a sensação cedesse. "Você não pode está sugerindo a massagem," até porque se ele tivesse com as mãos ao redor do pescoço de Aleksander, podia ser perigoso — para os dois, porque ou ele mataria Aleksander, ou pior... "E eu não estou emburrado. Eu só —" tenho medo de chegar muito perto e fazer algo que eu me arrependa? Tenho medo de não ter autocontrole suficiente? Beijaria meu inimigo novamente aparentemente? Não tinha nada em sua mente que ele pudesse falar em voz alta, "—estou esperando o tempo passar."

Matteo Soltou Uma Risada Sem Graça, Nasalada, "até Parece." Matteo Quase Apontou Que Quem Tinha Aparecido

Alek estava na sala, absorto em seus próprios pensamentos enquanto tentava entender o que exatamente estava acontecendo. Ele ainda não conseguia se livrar da sensação desconfortável que o acompanhava desde que entrou naquela experiência de autocuidado. O bilhete anônimo havia lhe dado a impressão de que ele se encontraria com Olivia, mas um convite vindo dela não fazia o menor sentido.

Foi quando a porta se abriu, e Matteo entrou. Alek piscou, estupefato, quase sem acreditar no que via. Sua reação inicial foi de total surpresa, seguida de um riso seco e incrédulo. "Só pode estar de sacanagem com a minha cara..." Alek murmurou para si mesmo, quase rindo da situação absurda. Ele olhou ao redor, como se procurasse uma câmera que iria anunciar a pegadinha a qualquer momento. "Você por acaso tá me perseguindo? Que porra é essa?" Queria sair imediatamente dali, mas quem quer que tenha tido a ideia genial de trazê-lo ali, estava comprometido a mantê-lo ali com aquela porta trancada.

Era óbvio para todos o desprezo que tinham um pelo outro, mas ser jogados juntos em um ambiente tão íntimo parecia cruel demais até para os padrões de Khadel. "Bom, também não sei o que passou na cabeça deles. Você é, definitivamente, o oposto do que eu esperava." Alek bufou, frustrado, sentindo que a situação só piorava. O que ele deveria fazer? Ficar ali, de braços cruzados, com cara fechada, esperando que alguém resolvesse libertá-los? Ele certamente não queria se render à imagem de coitado derrotado, como Matteo parecia estar fazendo.

Embora sua frustração fosse a emoção predominante, algo mais o distraía. Alek não pôde evitar roubar uma olhada para Matteo. Os braços fortes, o jeito como os músculos flexionavam diante a maneira que ele se postava — aquilo tudo foi uma distração inesperada que, de alguma forma, apaziguava sua raiva. A memória do que aconteceu no baile voltava à mente de Alek com mais frequência do que ele era capaz de admitir. E vez ou outra, ele se pegava brincando com a echarpe de seda, como se o toque do tecido quase pudesse fazer o momento voltar à tona. Ele sabia que havia dito a si mesmo que o souvenir era só uma provocação, mas a verdade era que, em algum lugar bem fundo, ele sabia que significava mais.

Com um suspiro pesado, Alek pigarreou, tentando afastar os pensamentos confusos. A raiva parecia ter dado lugar a uma vulnerabilidade que ele não queria admitir. "E então? Vamos ficar aqui, emburrados, durante a próxima hora? Ou tem alguma coisa melhor para fazer?" O tom não tinha a mesma agressividade e sarcasmo de sempre. Havia algo mais, algo que Alek não queria deixar claro, mas que se infiltrava em cada palavra, uma necessidade enterrada que se tornava impossível de ignorar naquele confinamento forçado.

Alek Estava Na Sala, Absorto Em Seus Próprios Pensamentos Enquanto Tentava Entender O Que Exatamente

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3 weeks ago

Matteo decidiu ficar calado com o murmúrio. Parecia que nada que falava ou fazia em relação à Helena dava certo. Ele estava sempre errado de alguma forma — porque ele não dava abertura, ou não fez o comentário correto, ou olhou de forma enviesada. A luz filtrada pelas ervas penduradas parecia brincar com os contornos do rosto dela — e ele odiava que tivesse reparado nisso. “Se ela jogar água em mim, eu juro que levanto e vou embora. Espiritualidade tem limite.” Tentou manter o tom leve, mas o incômodo era difícil de disfarçar. Sentia a camisa colando nas costas por causa da umidade, e não era só suor físico. Era o peso do espelho, da imagem que o perseguia mesmo ali, mesmo com tudo coberto, borrado, envolto em incenso. Virou o rosto só o suficiente pra encará-la quando ela falou sobre escolher. “Se desse pra escolher isso, eu encomendava três litros,” murmurou, ultimamente ele precisava bastante disso. “Mas acho que coragem é o mais próximo,” fez uma pausa, “coragem é bom. Clareza também. Mas se tiver um item extra chamado ‘me deixar em paz’, eu levo esse.” Tentou brincar, mas a voz saiu mais baixa. Um fio de verdade passando ali. Ele cruzou os braços, desviando os olhos outra vez, como se pudesse se proteger só com isso. “Vamos escolher logo antes que ela volte com um galho de arruda.”

Matteo Decidiu Ficar Calado Com O Murmúrio. Parecia Que Nada Que Falava Ou Fazia Em Relação à Helena

Aquela velha louca parecia que tinha enchido a cara de café, nunca em toda vida Helena tinha visto a mulher ser tão rápida quanto no momento que ela lhe escolheu junto com Matteo para aquela maluquice. Obviamente ela não iria ficar contra a curandeira, mas não deixou de arquear uma sobrancelha ao ouvir o comentário de Matteo, um sorrisinho enviesado se formando nos lábios enquanto o cheiro de lavanda e hortelã começava a envolver o ambiente "Nossa, que incentivo, hein?" murmurou baixinho de volta. " Aguentar um pouco? Matteo, amor, essa é a parte fácil. Da corda para ela para ver se não começa a jogar água em você pra te dar "clareza espiritual"… aí sim você vai ver o que é sofrimento." tentou brincar, mas a senhora pareceu ouvir. A parte boa é que ela só ignorou. O calor do ambiente, a umidade dos sprays de ervas e a iluminação suave provocavam nela uma sensação de estar dentro de um sonho que beirava o desconfortável. Ela deu uma olhada rápida para Matteo enquanto a curandeira começava a entoar as primeiras palavras da bênção, falando de equilíbrio, de reencontros espirituais, de almas que cruzam caminhos por um propósito. "A gente vai escolher o quê?" sussurrou, um pouco mais séria agora, virando-se na direção dele. "Não sei você, mas eu tô bem inclinada a escolher coragem. Ou talvez clareza. Ou sei lá... será que dá pra pedir uma mistura que inclua "parar de surtar"?"

@khdpontos


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3 weeks ago

com @eusouscarlet em leitura labial

Matteo não sabia como tinha parado ali. O nome da atividade estava num quadro pendurado no ateliê de Artes, no terceiro andar. Leitura Labial – romântico e divertido! Com corações desenhados em giz rosa e glitter. Era um pouco demais para uma cidade que na teoria não podia sentir o amor. Suspirou fundo, cruzando os braços enquanto observava de longe a movimentação. As pessoas pareciam animadas demais pro gosto dele. Risadinhas, empurrões, gente encarando umas as outras com segundas intenções. Nada disso fazia sentido.

Matteo já estava virando para sair do caminho quando percebeu que, de alguma forma, tinha sido empurrado para participar. Literalmente. Alguém riu atrás dele. O empurrão não era figurado. Por algum motivo, ainda tinha gente demais olhando pra ele. Talvez fosse o corpo — que ele já tinha aprendido a controlar. Ou talvez fosse ela. Dava pra sentir no ar quem era o seu par na dinâmica, provavelmente também à contragosto. A presença dela tinha uma temperatura própria: quente e, ainda assim, gélida. Sempre que Scarlet estava por perto as coisas pareciam ficar… tensas. Não era o tipo de mulher que tentava ser simpática Ela, pelo menos, era honesta no desprezo. Ou talvez só gostasse de brincar com os nervos dos outros. O fone de ouvido foi colocado sem muita cerimônia. Música alta. Baixo vibrando no maxilar. Ele suspirou, ajeitando os fios atrás da nuca enquanto se perguntava por que, exatamente, ainda frequentava eventos comunitários de Khadel. A maldita cidade parecia sempre arranjar um jeito de colocá-lo em situações constrangedoras. Matteo não disse nada. Só encarou. A mandíbula tensa, o maxilar marcado pela raiva contida. Ele odiava esse tipo de situação — essas armadilhas sociais disfarçadas de brincadeira inocente.

Com @eusouscarlet Em leitura Labial

O primeiro movimento de lábios aconteceu. Lento, teatral, debochado. Matteo franziu o cenho, tentando decifrar. A boca se mexeu como se soubesse que ele falharia. “Macarrão com leite?” arriscou, sem pensar muito no que de fato estava sendo dito.

@khdpontos


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3 weeks ago

com @christopherd-amato no jogo dos 3 erros

Uma das poucas dinâmicas que dava para fazer sem um par, Matteo pegou o jogo dos 3 erros na primeira oportunidade que apareceu, tentando achar um tempo sem os infinitos questionamentos de todo mundo. Quando vocês vão se apaixonar? Quando a maldição vai ser quebrada? Quem é sua alma gêmea? Matteo estava sufocado. Preferia a atenção quando todos achavam que ele era um esnobe, burro, e que ninguém era bom o suficiente. Ao menos, não tinha relação ao fato de coisas fora do seu controle. Diferente do que parecia, Matteo não gostava da atenção. Não de verdade. Era uma reafirmação para o seu ego, que ainda se via como o menino desengonçado de quatorze anos, que cresceu demais e os membros não coordenavam com o restante dele, mas a atenção não lhe dava nenhum conforto. A rede social era um emprego, não sua vida real, e não podia ser mais bem administrada por pessoas competentes em transformá-lo em alguém interessante.

Estava concentrado no jogo — em que era relativamente bom, quando ouviu alguém falar: "Vocês tem prioridade em pares," a pessoa que auxiliava o patrocinador falou, trazendo uma pessoa para o seu lado. A frase já indicava que era um dos outros nove. Matteo quis rir quando olhou para o lado e viu Christopher. Claro que era — o público geral não sabia que eles não eram almas gêmeas, não poderiam ser, e Christopher fez questão de ficar gracejando com isso. Não que ele quisesse ser, mas qualquer cordialidade naquele grupo parecia passar distante. Ele se sentia de volta para o ensino médio com as crianças populares fazendo bullying. Não importava qual era o motivo — não era esperto o suficiente, não era bonito o suficiente, não era cordial o suficiente... Nada era suficiente. O problema nunca foi ele, eram os outros. Era tudo que eles podiam fazer para acabar com seu próprio desconforto. Só que Matteo nunca descobriu isso. "Tenta não me atrapalhar," Matteo murmurou, irritado que tinham acabado com a sua paz, "você pode pegar a próxima rodada."

Com @christopherd-amato No Jogo Dos 3 Erros

@khdpontos


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3 weeks ago

com @alekmoretti em autocuidado e terapias táteis

"Ah," o assistente disse alto, batendo as palmas juntas, com uma felicidade nada necessária, "ele disse que a dupla dele ainda estava aqui fora." Matteo olhou ao redor, esperando que ele estivesse falando com outra pessoa, mas só tinha ele no momento ali. Franziu as sobrancelhas juntas. Será que alguém estava lhe pregando uma peça? Matteo estava mais do que acostumado com algumas perripécias de desconhecidos para ficar sozinho com ele, como se ficar sozinho fosse fazê-lo mudar de ideia sobre o que ele queria, mas num evento que parecia tão obcecado nos apaixonados e na maldição, não fazia sentido fazer algo dessa forma. "Acho que você está me confundindo com alguém," respondeu, apesar das chances dele ser confundido serem ínfimas. Confundido com a porta? Bem que ele preferiria. Seria alguma surpresa de Olivia? Ela adorava essas coisas. Mas eles já estiveram naquele stand — não faria sentido estarem ali novamente. Apesar do dobro do tamanho, Matteo não ofereceu resistência para o assistente. Imaginou que ele só estivesse fazendo o seu trabalho, e por saber que ele podia machucar a maioria das pessoas normais, ele raramente oferecia resistência.

Foi empurrado para dentro de um outro quarto, levemente irritado. Seu humor nos últimos dias não estava dos melhores. Entre o fracasso do ritual, o maldito espelho, as lembranças do baile dançando em sua mente quando menos esperava... Matteo já nem sabia se amor realmente importava. Pelo que ele estava fazendo aquilo? Amor? A ideia era quase risível. A única pessoa com quem se importava era Olivia, e se ela não fosse sua alma gêmea? Estava cansado daquela brincadeira da Zafira — ela estava fazendo uma grande piada deles. Quando seus olhos se depararam com a pessoa que parecia ter perdido o parceiro, Matteo balançou a cabeça rapidamente, negando como se tivesse preso dentro de um sonho ruim. "Não — não," ele rosnou por baixo da respiração, virando para a porta, "tem algum engano aqui." Sua voz era veemente. Ele tinha que sair dali. "Divirtam-se," o assistente falou antes de sair e, com um click metálico, trancar eles ali dentro. Matteo não lembrava disso de quando esteve ali com Olivia. Não tinha certeza se aguentaria Aleksander enchendo o seu saco por algumas horas. Talvez partisse para assassinato. O outro era movido a uma pilha inesgotável — como se lhe encher o saco o energizasse — e Matteo, quem nem em seus melhores dias conseguia tolerá-lo, não estava nos seus melhores dias.

Ele suspirou pesarosamente e decidiu se sentar no chão, em silêncio, como se sentar na cama fosse perigoso demais. Tentava racionalizar que o beijo entre eles apenas havia acontecido porque não sabiam quem era o outro — nunca teria acontecido em circunstâncias normais, nem fora daquela festa. O único problema era que o fato lhe atormentava demais para algo que ele dizia não importar. Descansou os cotovelos nos joelhos e cruzou os braços para abaixar a cabeça, como se não olhar ao redor fosse fazer o tempo passar mais rápido. Se não fosse maluquice, ele diria que Aleksander planejou aquilo para lhe encher o saco — assim como havia aparecido na academia com parte da sua fantasia para lhe assombrar. Para quem me odeia tanto, ele aparece um assustável número de vezes na minha vida sem ser convidado, pensou. "Não sei porque eles pensaram que eu era seu par," finalmente falou, se defendendo daquela maluquice. Não era uma novidade na cidade que Matteo e Aleksander não se davam bem. Talvez o assistente apenas acreditasse que era uma boa pegadinha, colocar os dois 'apaixonados' que se odeiam numa sala para se massagearem — como se eles fossem fazer isso.

Com @alekmoretti Em Autocuidado E Terapias Táteis

@khdpontos


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3 weeks ago

Franziu as sobrancelhas juntas, optando por não dar uma resposta a primeira interjeção que ela fez, como se devesse ser claro para ele. Sua personalidade podia ser um pouco direta demais — bruta até — para que ele conseguisse dar uma resposta que retrucasse e ainda soasse amável. Matteo definitivamente não tinha aquele domínio. Talvez ela não tivesse entendido que não tinha a ver com ela, mas sim com ele. Ele quem precisava que ela aceitasse sair dali, ao invés dele mesmo ter que confirmar que não queria estar ali. Ele que não tinha nada a ver com aquela tenda estranha. Mas seria ele também que ia ter que engolir os seus gostos e tentar aquele encontro. Por Olivia. E, a última coisa que ele queria fazer, era brigar por conta de uma dinâmica estúpida de Khadel — por mais que tirar as roupas fosse a última coisa que ele queria.

Matteo normalmente não tinha problemas em ficar semi-nu. Era parete do seu trabalho e ele lidava bem com as inseguranças que ainda existiam. Não era como se tivesse satisfeito ao se olhar no espelho, mas, desde a sessão com a Zafira, as coisas haviam deteriorado. Era quase como se ele também não sentisse seus músculos, além do olhar no espelho e não enxergá-los. Tudo que podia ver, ou sentir, era o Matteo de treze ou quatorze anos. Aquele Matteo não tinha chance alguma com essa Olivia. Ou com qualquer outra pessoa. Aquele Matteo não teria a carreira que tinha, ou qualquer outra coisa do seu presente. Agora que ele não podia ver como havia alcançado aquilo, sua vida parecia uma farsa.

Respirou fundo enquanto ela parecia interessada em olhar os potes e frascos. Matteo não achava que ele estava muito diferente do seu usual. Normalmente, ele parecia tenso, ou indiferente, ou com uma expressão de poucos amigos que ainda assim não afastava metade da cidade, que parecia determinado a quebrá-lo. Descobrir a sua sexualidade, ou conseguir conquistá-lo parecia uma espécie de hobby olímpico em Khadel, apesar das suas inúmeras tentativas de acabar com as investidas. "Não," disse com firmeza, decidido que não podia estragar a primeira oportunidade que conseguiam de ficar juntos novamente, "não tem importância." Tinha, mas ele não queria estragar o primeiro encontro que tinham em anos, sem contar aquele do Giardino — que talvez não fosse tão encontro assim. Ele sabia que teriam que conversar sobre aquilo, cedo ou tarde, mas falar de Aleksander em qualquer situação já era o suficiente para acabar com o humor dos dois — no acontecido então, seria infinitamente pior. Só não seria pior se ela ouvisse de outra pessoa. Mas colocou o seu melhor sorriso no rosto para tentar mudar como se sentia no momento, "não podemos pular a massagem."

Franziu As Sobrancelhas Juntas, Optando Por Não Dar Uma Resposta A Primeira Interjeção Que Ela Fez,

O lugar era bonito, calmo, perfumado. Uma mistura de lavanda, citronela e algo levemente doce que ela não sabia nomear. Olivia optou por um look romântico e delicado, com blusa floral de mangas bufantes, jeans claro de cintura alta e tênis branco básico. O cabelo semi-preso com scrunchie, uma vibe leve, sonhadora e feminina muito diferente da imagem de mulherão que imprimia todos os dias pela cidade. Mas ela queria se sentir mais livre, mais ela mesma, especialmente se queria se reconectar com o Matteo, não podia ir munida das máscaras que costumava usar. A presença dele ao seu lado era tão física que parecia mais um cheiro, uma temperatura, uma vibração na pele. Tiveram dificuldade de marcar um encontro depois do Il Giardino, as agendas de ambos pareciam não bater, mas não os impediu de tentar. E conseguiram. Olivia ouviu com atenção o profissional explicar os tratamentos disponíveis. Até que ficaram sozinhos. Ela virou o rosto para ele devagar, o olhar focado nos olhos, como se escavasse algo. Estava de peito aberto ali, mas precisava que ele também. — É, Teo. Eu tô aqui, não tô? — Falou baixo, quase doce, mas com aquela firmeza que sempre usava quando queria desafiar sem parecer agressiva. Havia algo ali, no jeito como ele perguntava, que a deixava confusa e levemente irritada. Como se esperasse que ela desistisse. — Se você quiser, podemos escolher outra coisa. Mas vai estar perdendo essas mãozinhas fantásticas em ação. — Mostrou as mãos, o sorriso, dessa vez num tom mais divertido, enquanto pensava no que poderiam fazer ali. Cuidar da pele, do corpo, relaxar... algo mais. Qualquer ideia era atrativa quando se tratava dele, e ela desejava que ele se sentisse tão confortável quanto ela se esforçava para estar.

Caminhou até a bancada de produtos, passou os dedos pelos potes de vidro, pelas texturas. Uma piadinha sensual chegou a ponta de sua língua, mas ela guardou para si. Em outro momento teria oportunidade. Suspirou, pensativa. Por ela, ficaria horas na companhia dele naquela sala. Tocando seu corpo, sentindo seu calor, conversando como fizeram naquela noite em que tudo mudou, e torcendo para que, dessa vez, as coisas fossem diferentes. Virou-se para ele com um óleo em mãos, mostrando-o como se filmasse uma publi para seu instagram. — Esse aqui parece ótimo. O cheiro é bom, tem propriedades calmantes. — Voltou a caminhar na direção dele, enquanto falava. — Você parece tenso... — Sondou, sem muitos rodeios. — Quer falar sobre isso, ou só esquecer o assunto com uma boa massagem? — Perto o suficiente, ela encarava o seu rosto, buscando seus olhos e tentando entender o que havia mudado desde o jantar. O encontro no Il Giardino começou um pouco conturbado, mas passaram o restante da noite conversando e rindo, como se não tivessem ficado sete anos sem falar um com o outro. A possibilidade desse tempo afastados depois do delicioso jantar ter feito Matteo repensar e não desejar mais se aproximar dela causou um bolor na garganta, um embrulho no estômago que estava se tornando difícil de ignorar ou disfarçar.

O Lugar Era Bonito, Calmo, Perfumado. Uma Mistura De Lavanda, Citronela E Algo Levemente Doce Que Ela

@khdpontos


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3 weeks ago

Ele estava estranhamente presente no evento. Fiera dei Sensi. Era um evento estranho, um que normalmente não veria ele tão participativo. Talvez ele fosse convencido por Olivia a fazer uma aparição, em circunstâncias diferentes, mas desde seu encontro com o espelho, os rituais... Matteo não sabia mais no que acreditar. E acabava voltando ali, como se a casa de Rose pudesse lhe dar alguma resposta. Uma voz prática, curta, quase pragmática demais soou do seu lado. Quase uma ordem disfarçada de convite. Teria balbucidado se tivesse a capacidade de falar qualquer coisa.

Não podia deixar de notar como ela havia ficado mais bonita. Mesmo na adolescência, Aslihan já atraia olhares — ao menos o seu olhar. Era um garoto magrelo e estranho com a única garota que era legal com ele, obviamente ele não era exatamente imune. E ela era bonita. Nada daquilo exatamente ajudava nas sessãos de estudo que tinha com ela. Os cabelos escuros estavam repuxados para trás num familiar rabo de cavalo, e ele se lembrava de como ela também puxava os cabelos para fora do rosto enquanto estava pensando. Quando era adolescente, ele era bem familiar com o perfil da mulher, espiando entre um exercício ou outro que não conseguia entender. Agora, não fazia questão de esconder que estava olhando diretamente para ela, afinal ela estava falando com ele, apesar de que ela parecia preferir fazer qualquer coisa do que estar ao seu lado.

"Mmm," murmurou, com confusão quando sua fala retornou, antes de responder, "claro." Apesar da distância entre eles, tanto física, quanto emocional, existia uma familiaridade estranhamente reconfortante que Matteo não queria abrir mão. Não era exatamente como se soubesse o motivo deles terem se afastado. Ele tentou se manter amigável, apesar que Matteo e amicabilidade não eram exatamente sinônimos, mas sem esforço suficiente de ambas as partes, acabaram caindo no esquecimento. Não havia sentimento ruim da sua parte. Era apenas como se tivessem descobrido o quão diferente eles eram. Aslihan era muito boa para ele. Ele constantemente se sentia um completo desajustado ao redor dela. Era como se ela refletisse todas as coisas em que ele falhava miseravelmente. Ao mesmo tempo, ela não o fazia se sentir mal consigo mesmo. Não, Matteo fazia tudo aquilo dentro da sua própria mente, enquanto Asli não era nada além de agradável. Isso era, ao menos no passado. Ali, naquele momento, Aslihan não demonstrava nada além de imparcialidade, apesar que ele sentia como se tivesse voltado aos quatorze anos — estúpido demais para produzir qualquer pensamento coerente junto dela.

Andaram em silêncio para a frente da fila. Observava-a pelo canto do olho, como anteriormente o fazia, sempre que achava que ela não notava. A proximidade que criaram durante os anos era... Excêntrica. Por um lado, o que os aproximou havia sido a ajuda que ela lhe dava nas matérias, como uma professora diligente, porém era muito mais atenciosa com a sua dificuldade de compreensão do que seus próprios professores. Por outro lado, Matteo podia ficar escutando-a falar por horas, sobre qualquer outro assunto, assistindo envolto desde jovem o cometa que ela era. No auge dos seus quatorze anos, entretanto, ele não tinha desenvoltura o suficiente para sequer entender a atração, ou fazer algo sobre isso e, quando eles se afastara, ele definitivamente não tinha maturidade emocional suficiente para ir atrás e entender o que aconteceu. Ele deixou-a ir, sem brigas e sem esforços. Com o passar dos anos, pensou menos e menos no que poderia ter feito errado, aceitando o acontecimento apenas como fatos da vida. Agora, anos depois, talvez ele devesse ter se arrependido, tentado entender melhor o que houve, ou simplesmente não tê-la deixado ir com facilidade. Mas não podia fazer nada sobre.

Ele Estava Estranhamente Presente No Evento. Fiera Dei Sensi. Era Um Evento Estranho, Um Que Normalmente

@khdpontos

closed starter

óculos kinect

com @thematteobianchi

Ela lembrava. Lembrava dele pequeno, franzino, com o olhar perdido sobre o caderno de matemática e os dedos tamborilando a mesa como se pudessem evocar a resposta certa. Aslihan tinha doze anos quando começou a ajudar Matteo com os deveres — uma tarefa voluntária que aceitou mais por teimosia do que por vocação. Mas havia algo nele que a fazia permanecer: uma doçura tímida, uma necessidade de aprovação, um desejo sutil de ser visto que ecoava fundo nela. Naquela época, ele olhava para ela como se ela fosse feita de ouro e palavras sábias, como se não fosse possível errar na presença dela. Ela não sabia do crush. Matteo era muito sutil ou ela muito desatenta. Mas era um afeto silencioso, inofensivo, quase puro demais pra incomodá-la. Aos quinze, ele parou de pedir ajuda. Passou a malhar, arranjou novos amigos, descobriu uma autoconfiança que não incluía mais lições de casa nem tardes com ela. Aslihan não se surpreendeu. Só confirmou, mais uma vez, que as pessoas gostavam dela enquanto precisavam dela. Depois? Sumiam. Matteo foi só mais um. Era essa a visão que ela tinha da relação dos dois. Agora, vê-lo em Khadel, ambos adultos, ela não sabia mais se tinha alguma mágoa. Talvez fosse só... indiferença. Uma camada fria que cobria um incômodo antigo e que ela preferia não cutucar.

Aslihan tinha ido à Fiera dei Sensi no impulso de fazer algo novo. Nos últimos tempos, vinha tentando sair do próprio casulo, mas optando por continuar sozinha. Caminhava entre as instalações tecnológicas, as salas que misturavam aromas e sons, os sorrisos dos casais, a animação dos jovens que aproveitavam o momento para flertar, as crianças que se divertiam com as novidades, e tudo parecia mais colorido — menos para ela. E foi aí que viu a sala do Óculos Kinect. Uma das experiências mais faladas do evento. Uma imersão sensorial, uma viagem completa. Ela não resistiria. Mas a fila... estava impossível. E claro, como tudo em Khadel agora, os reencarnados tinham prioridade quando estavam em duplas. O incentivo ao amor pairava sobre a cidade como uma névoa adocicada, sufocante, mas que poderia ser muito útil agora. Ela olhou em volta. Procurou um rosto conhecido entre os nove. Qualquer um. Mas só viu ele. Matteo. "Não", pensou, cruzando os braços. "Qualquer um, menos ele." Virou o rosto, seguiu andando devagar, tentando encontrar outro par. Ninguém. Ninguém ali que pudesse ajudá-la a furar a fila e garantir a experiência. A irritação queimou devagar dentro dela. Até que respirou fundo.

Ela podia simplesmente pedir. Ser direta. Objetiva. Não ia morrer por isso. Além do mais, se eles fossem almas gêmeas? Não que ela estivesse disposta, mas parecia uma boa desculpa para se aproximar. Só estou fazendo isso por conta da maldição. Caminhou até ele, passos firmes, olhar decidido, ainda que por dentro cada parte de si gritasse que era uma péssima ideia. Parou ao lado dele, braços cruzados, e falou com a voz mais prática que conseguiu reunir: — A fila do Óculos Kinect tá enorme. Reencarnados têm prioridade quando estamos em pares. Você vem comigo? — Nenhum "oi", nenhum rodeio, nenhum sorriso. Só um convite seco, direto e impessoal. A forma mais segura que encontrou de se proteger da lembrança de um menino que, um dia, a olhava como se ela fosse feita de luz. Ela não era. Nunca foi. E não estava ali pra reviver ilusões. Estava ali pra ver baleias flutuando, sentir o vento no rosto numa montanha-russa digital, fugir de zumbis ou dançar num show que nunca viu. E, se pra isso precisasse dele, que fosse.

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@khdpontos


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4 weeks ago

com @oliviafb no autocuidado e terapias táteis da The Body Shop

Desde os acontecimentos da festa de Helena, Matteo estava confuso. Não era que havia se arrependido da sua decisão de se soltar no evento e deixar que a festa tomasse o rumo que tivesse que tomar. Mas estava confuso com algumas das pessoas com as quais havia se soltado — principalmente com o pior deles. Aleksander. O homem havia ido até a academia para provocá-lo, carregando parte da sua fantasia. Matteo nunca realmente falou que ele era hétero ou bisexual, apesar da constante especulação da cidade. Parte deles, acreditavam fielmente que ele era gay. Na verdade, apesar de já ter navegado por entre alguns vídeos de homens, os beijos dados em homens no evento havia sido sua primeira e segunda experiência com o mesmo sexo, e o que tornava mais enfuriante era o fato dele ter gostado, agora sabedo quem ele havia beijado.

Não sabia como lidar com nada daquilo — nunca foi muito bom em comunicar o que sentia — mas ele sabia que precisava falar aquilo para Liv antes que a história chegasse em seus ouvidos, ainda seria pior se chegasse para ela por Aleksander. Aquela loucura de famílias ricas que forçavam seus filhos a se casarem era demais para ele, mas a história de Olivia e Aleksander tinha esse aspecto estranho o qual ele não dividia com ela. Talvez fosse exatamente o que ela precisasse.

Matteo havia decidido que seria melhor contar a versão mais leve dos acontecidos. Nada sobre como ele havia se sentido, nada sobre como foi. Eles se beijaram, apenas isso. Duvidava que Aleksander iria querer entrar em detalhes sobre o acontecido também. Porém, ele não havia preparado Liv, nem dito que precisavam conversar, ele não queria criar aquela expectativa. Ele só esperava que teriam um momento para falar sobre aquilo.

Se encontraram na feira como haviam combinado na noite anterior depois de um tempo sem conseguirem se ver. Talvez estavam indo mais devagar do que ele imaginava quando sugeriu que fossem com calma, mas entre sua rotina já ocupada e aquela confusão de pensamentos que ele não estava conseguindo processar, a maior parte do seu tempo livro, Matteo passava com o nariz enfiado no seu diário. "Você tem certeza que é isso que você quer fazer?" Matteo perguntou para Liv, esperando que talvez ela mudasse de ideia de alguma forma, apesar do massoterapeuta ter acabado no com a sua explicação e deixado eles na sala sozinhos. Ele era um homem vaidoso em geral, apesar que estava sempre buscando um ideal de beleza que parecia inalcançavel. Magro demais. Branco demais. Não se deixe bronzear demais. Faça as sobrancelhas. Mas não finas demais. Tenha pêlos para ser viril. Mas não pelos demais. Matteo não sabia se autocuidado era exatamente o que ele precisava.

Com @oliviafb No Autocuidado E Terapias Táteis Da The Body Shop

@khdpontos


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4 weeks ago

com @sorrentinosmuse no banho de ervas aromáticas

Matteo se sentia atraído pelo evento de alguma forma. Talvez fosse relacionado a maldição que, agora, ele hesitantemente acreditava. Principalmente depois que ele foi até a cigana e agora ele não conseguiu mais se sentir confortável na sua pele ou olhar o seu reflexo no espelho. Talvez por acontecer na casa de Rose Von Bleicken, que ele se via voltando dia após dia. Talvez fosse porque ele não quisesse ficar dentro da própria casa, onde os espelhos estavam cuidadosamente cobertos. Ir na academia era uma pequena sessão de tortura, onde ele assistia o seu eu de quatorze anos levantando cento e quarenta kilos. Naquele evento, ele podia evitar tudo isso e cada dia parecia carregar uma nova surpresa para ele. Naquele dia, ele estava olhando os produtos à venda no L'Erbario di Gilda. Isso é — até Nonna Gilda aparecer com um som ultrasônico, "i miei amanti," ela disse, abrindo um braço para ele e outra para alguém atrás dele. Matteo olhou por cima do seu ombro, vendo a figura de Helena. Ele queria resmungar, audivelmente, mesmo que ele tenha até partido em bons termos com Helena. Ele não estava com disposição para a personalidade gigante dela. Mas parecia que eles estavam sendo arrastados já para dentro de algo que parecia uma tenda improvisada, com cheiros fortes. "A gente só tem que ser forte e aguentar um pouco," ele finalmente murmurou em direção a Helena.

Com @sorrentinosmuse No Banho De Ervas Aromáticas

@khdpontos


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